Ipiaú

Memórias, menções,expressões

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Minha Essência De: Lurdinha Bezerra Sinto-me aprisionada pela linguagem dos homens. Pois minh'alma guarda tesouros tão preciosos e belos que se tornam indescritíveis para esses vocábulos recheados de códigos. Creio que não há códigos ou sinais por mais complexos e significantes que sejam capaz de traduzir o que vai ao âmago do meu ser e alem dele. Pois, só eu os conheço e só eu sei senti-los. Talvez nunca compreendê-los, ou nunca saberei como expressá-los, mas, com certeza, tenho consciência da sua existência e plena consciência de o quanto sou capaz de perceber nesta minha essência a intensidade, os valores dos meus sentimentos e a minha capacidade de amar.

domingo, 23 de março de 2014

A RUA

A RUA No meu labirinto abrigo, Anjos e demônios... Toda sorte de aventuras Vielas becos e travessias Doam-se às dores os perigos. No meu labirinto eu fico Amo, trinco, tranco, destranco, Possuo, levanto, ando Abro, liberto, resolvo Me movo... Me escondo, ponho e disponho Do teu, do meu, do ti em mim O meu labirinto abriga A vinda , a ida, a lida, Vias internas, vidas caídas, Em becos e alas sem saída... O meu labirinto possui Prazeres e amores, dores e cores Prazeres efêmeros e gratuitos Viagens inusitadas sem volta Entregue, calada, inerte Anjos e demônios se cruzam Entre desprezo e rejeição Solidão... Rumos em desarrumos Dores, inanição.. Em meu labirinto bebe-se, come-se Frio, medo e angústia Sede e fome Fome de amor De paixão... De compaixão.... Em meu labirinto abrigo meu mundo, sem rumo Sem volta, sem luz Sem coração.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

A MIRABELA EM NOSSA VIDA

Para o cidadão ipiauense

Por: Lurdinha Bezerra

Todas as pessoas que conhecem Lurdinha Bezerra conhecem a artista, a professora, a fazedora de cultura ou que seja: mais uma no meio dessa família ipiauense que, certamente, como todos, contribuiu para uma Ipiaú melhor.

Ipiaú, foi motivo de gáudio para toda a geração que a construiu e com ela os nossos valores morais, culturais, religiosos... Enfim a nossa crença num futuro melhor, para nós e para a nossa geração vindoura e isso sempre foi um sentimento de orgulho de ter a certeza de estar contribuindo para uma a historia de sucesso. Porém uma vez despojados dos bens materiais, fomos aos poucos substituindo os nossos valores por sentimentos menos nobres que nos destituiu da auto-estima que nos abrigava, e com ela se foi também a dignidade. Vivemos então, a mercê dos mais possuídos que se revestem com o manto de bons samaritanos para nos favorecer com a sua aparente bondade, sugando as sobras desse miserável torrão, que esmagado pela exploração exacerbada a qual sofreu por mais de um século e que, infelizmente já não se propõe mais, sequer, a suprir as necessidades básicas dos seus milhares de famintos que nele habitam (A cesta básica da prefeitura que o diga).

O desemprego obriga seus cidadãos a ceder e a ceder... Sempre ceder. Quem, por acaso, desses necessitados de um emprego para sustentar suas famílias, não está feliz com a Mirabela? A Mirabela está ai, para restaurar a dignidade das pessoas que há muito não tinham uma carteira assinada, com um bom salário, e muitos deles que não viam uma feira de mês completa na sua casa, ou um cartão de crédito, enfim tudo que um ser digno deve ter. E para aqueles que não precisam do emprego, a cidade esta crescendo, o comércio intensifica, a educação torna-se agora uma preocupação maior. Enfim, todos ganham, menos a nossa consciência, pois no fundo ela – a consciência - sabe que estamos nos prostituindo, cedendo a nossa agonizante terra para receber em suas entranhas o ultimo golpe de misericórdia.

Nossa Mãe está à venda, ou melhor, foi vendida, pois, nada mais possuíamos para vender e poder alimentar nossos filhos ou para garantir o seu futuro. Um futuro, talvez de um titulo na faculdade para conquistar depois um bom emprego. Quem sabe na Mirabela! E será que ela estará aqui quando eles crescerem? Para quem será que os nossos filhos irão trabalhar depois da nossa terra morta? Quem ficará aqui para recolher os despojos? Os cegos estarão mais cegos, os surdos estarão mais surdos, Os falantes estarão roucos e tísicos de tanto falar, ou quem sabe, vencidos seguiram o destino dos demais e assinou a sua carteira para garantir a sua aposentadoria. E a Mirabela? Onde estará? Talvez buscando outras fontes de riquezas em paises de necessitados como o nosso de gente necessitada como a nossa, de prostitutas que venderam suas mães como nós. Estará lá, num outro terceiro mundo constituído de esfomeados, que tudo aceita por um pedaço de pão e um circo bem armado e divertido para que não sintamos a dor de uma morte lenta.

Lurdinha Bezerra

Email: lubezerra.83@hotmail.com

sexta-feira, 11 de julho de 2008

EU SOU, VERDADE, CAMINHO, E TRANSFOMAÇÃO

Sou o vento,

Solto e indiscreto a bailar

És o pássaro

Um pássaro medroso com medo de voar

Sou o pensamento

Que flui e flui para buscar

És a ciência

Que fragmenta o pensamento na sede de verificar

Sou a essência,

Sem forma, livre e sem dor

És a aparência

Estagnada no pragmatismo da cor

Sou o tempo

Sem começo e sem finalizar

És o relógio

Que gira em meio dia sem espaço pra pensar

Sou a liberdade,

E fluo para o ilmitado

És escravo

Aprisionado nos laços do moralismo incauto

Sou a coisa

Que afaga o teu âmago, mexe com tuas entranhas

És o sono

Que insensível se acomoda em fingimentos e manhas

Sou a voz te profeciando, em cada canto a ecoar

És o medo

E nada ouve para não mudar.