Ipiaú
Memórias, menções,expressões
segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016
domingo, 23 de março de 2014
A RUA
quarta-feira, 28 de janeiro de 2009
A MIRABELA EM NOSSA VIDA
Para o cidadão ipiauense
Por: Lurdinha Bezerra
Todas as pessoas que conhecem Lurdinha Bezerra conhecem a artista, a professora, a fazedora de cultura ou que seja: mais uma no meio dessa família ipiauense que, certamente, como todos, contribuiu para uma Ipiaú melhor.
Ipiaú, foi motivo de gáudio para toda a geração que a construiu e com ela os nossos valores morais, culturais, religiosos... Enfim a nossa crença num futuro melhor, para nós e para a nossa geração vindoura e isso sempre foi um sentimento de orgulho de ter a certeza de estar contribuindo para uma a historia de sucesso. Porém uma vez despojados dos bens materiais, fomos aos poucos substituindo os nossos valores por sentimentos menos nobres que nos destituiu da auto-estima que nos abrigava, e com ela se foi também a dignidade. Vivemos então, a mercê dos mais possuídos que se revestem com o manto de bons samaritanos para nos favorecer com a sua aparente bondade, sugando as sobras desse miserável torrão, que esmagado pela exploração exacerbada a qual sofreu por mais de um século e que, infelizmente já não se propõe mais, sequer, a suprir as necessidades básicas dos seus milhares de famintos que nele habitam (A cesta básica da prefeitura que o diga).
O desemprego obriga seus cidadãos a ceder e a ceder... Sempre ceder. Quem, por acaso, desses necessitados de um emprego para sustentar suas famílias, não está feliz com a Mirabela? A Mirabela está ai, para restaurar a dignidade das pessoas que há muito não tinham uma carteira assinada, com um bom salário, e muitos deles que não viam uma feira de mês completa na sua casa, ou um cartão de crédito, enfim tudo que um ser digno deve ter. E para aqueles que não precisam do emprego, a cidade esta crescendo, o comércio intensifica, a educação torna-se agora uma preocupação maior. Enfim, todos ganham, menos a nossa consciência, pois no fundo ela – a consciência - sabe que estamos nos prostituindo, cedendo a nossa agonizante terra para receber em suas entranhas o ultimo golpe de misericórdia.
Nossa Mãe está à venda, ou melhor, foi vendida, pois, nada mais possuíamos para vender e poder alimentar nossos filhos ou para garantir o seu futuro. Um futuro, talvez de um titulo na faculdade para conquistar depois um bom emprego. Quem sabe na Mirabela! E será que ela estará aqui quando eles crescerem? Para quem será que os nossos filhos irão trabalhar depois da nossa terra morta? Quem ficará aqui para recolher os despojos? Os cegos estarão mais cegos, os surdos estarão mais surdos, Os falantes estarão roucos e tísicos de tanto falar, ou quem sabe, vencidos seguiram o destino dos demais e assinou a sua carteira para garantir a sua aposentadoria. E a Mirabela? Onde estará? Talvez buscando outras fontes de riquezas em paises de necessitados como o nosso de gente necessitada como a nossa, de prostitutas que venderam suas mães como nós. Estará lá, num outro terceiro mundo constituído de esfomeados, que tudo aceita por um pedaço de pão e um circo bem armado e divertido para que não sintamos a dor de uma morte lenta.
Lurdinha Bezerra
Email: lubezerra.83@hotmail.com
sexta-feira, 11 de julho de 2008
EU SOU, VERDADE, CAMINHO, E TRANSFOMAÇÃO
Sou o vento,
Solto e indiscreto a bailar
És o pássaro
Um pássaro medroso com medo de voar
Sou o pensamento
Que flui e flui para buscar
És a ciência
Que fragmenta o pensamento na sede de verificar
Sou a essência,
Sem forma, livre e sem dor
És a aparência
Estagnada no pragmatismo da cor
Sou o tempo
Sem começo e sem finalizar
És o relógio
Que gira em meio dia sem espaço pra pensar
Sou a liberdade,
E fluo para o ilmitado
És escravo
Aprisionado nos laços do moralismo incauto
Sou a coisa
Que afaga o teu âmago, mexe com tuas entranhas
És o sono
Que insensível se acomoda em fingimentos e manhas
Sou a voz te profeciando, em cada canto a ecoar
És o medo
E nada ouve para não mudar.